Se gosta de ajudar as pessoas e quer tornar-se um cientista de dados, talvez esteja interessado em carreiras de ciências de dados na área da saúde e da medicina. Estes percursos profissionais podem variar drasticamente, desde a gestão de dados financeiros de um hospital até ao desenvolvimento de novas ferramentas de diagnóstico. De qualquer forma, o trabalho que faz no domínio dos cuidados de saúde ajuda a salvar vidas.
Em seguida, descrevemos algumas das possíveis funções de um cientista de dados que trabalha no sector da saúde. Durante a leitura, considere se prefere estar envolvido em projectos mais orientados para a investigação ou para a logística.
Analista de sinistros de seguros
Um dos maiores volumes de dados que os prestadores de cuidados de saúde processam está relacionado com a apresentação de pedidos de indemnização de seguros. Neste tipo de função, poderá analisar dados relacionados com a aceitação e rejeição de pedidos de indemnização, tendências financeiras e dados demográficos dos seguros. Poderá utilizar modelos de aprendizagem automática para identificar padrões e prever potenciais problemas. Este trabalho permitirá que a organização de cuidados de saúde processe rapidamente os pedidos de indemnização, ganhe o dinheiro que merece e ajude os pacientes de forma mais eficiente.
Planos de tratamento
Atualmente, os médicos podem monitorizar muito mais a vida dos seus doentes. As aplicações e os dispositivos de monitorização portáteis disponibilizam toneladas de dados, mas pode ser difícil para os médicos descobrirem o que fazer com esses dados. Como cientista de dados, pode analisar estes dados para detetar padrões nos sintomas e avaliar factores de saúde. Estas informações valiosas ajudam os médicos a desenvolver planos de tratamento individualizados.
Imagiologia médica
A imagiologia médica é uma área em que os cientistas de dados podem intervir diretamente no bem-estar de um doente. No âmbito da investigação médica, os cientistas de dados estão a ajudar a tornar a imagiologia mais precisa e clara. Estão também a ajudar a diagnosticar exames. Quando os médicos utilizam exames de imagiologia, como raios X, ressonâncias magnéticas e tomografias computorizadas, normalmente diagnosticam os problemas analisando manualmente os resultados. No entanto, por vezes, uma simples verificação visual pode não detetar pequenas anomalias. As técnicas de aprendizagem profunda, por outro lado, podem avaliar o aspeto que as imagens devem ter e detetar pequenas irregularidades. Isto pode levar à deteção precoce de problemas de saúde graves.
Modelos de diagnóstico
Os cientistas de dados também são responsáveis pelo desenvolvimento de modelos de diagnóstico para além da imagiologia médica. A aprendizagem automática e a análise preditiva podem, por vezes, diagnosticar problemas de saúde mais rapidamente do que os médicos e detetar problemas que podem passar despercebidos aos olhos humanos. Os exemplos incluem um modelo para diagnosticar arritmias cardíacas e um modelo de IA para classificar lesões cutâneas como benignas ou malignas. Estes modelos estão frequentemente a ser desenvolvidos por grupos de investigação baseados em universidades. Os cientistas de dados que trabalham como membros destas equipas estão a ajudar a diagnosticar mais rapidamente problemas de saúde graves e a salvar vidas.
Operações hospitalares
Os hospitais têm de gerir os principais pormenores operacionais e logísticos, nos quais os cientistas de dados podem ajudar. Ao trabalhar para um hospital, poderá utilizar a Análise Preditiva para planear o pessoal, avaliar a disponibilidade de camas hospitalares em diferentes alturas ou melhorar as operações das urgências. Todo este trabalho ajuda os hospitais a tirar o máximo partido dos seus recursos e ajuda os doentes a receberem cuidados mais rapidamente.
Desenvolvimento de novos medicamentos
Desenvolver novos medicamentos e testá-los através de ensaios clínicos exige muito dinheiro e tempo. A ciência dos dados pode ajudar a acelerar estes processos. Mark Ramsey, Diretor de Dados da GSK, observou que a utilização da IA e da simulação informática pode reduzir o processo de descoberta de medicamentos para menos de dois anos. Nas fases iniciais do desenvolvimento, os cientistas de dados podem utilizar grandes quantidades de metadados dos doentes e informações de bancos de recursos biológicos para compreender melhor as mutações genéticas. Quando os medicamentos passam à fase de ensaio, os algoritmos podem simular o desempenho dos medicamentos antes de os testar em seres humanos. Estas ferramentas ajudam a tornar os novos medicamentos mais seguros e a acelerar o processo de desenvolvimento.
Saúde virtual
Cada vez mais empresas estão a desenvolver ferramentas virtuais para melhorar e monitorizar a saúde. Estas incluem dispositivos portáteis e aplicações. As aplicações de cuidados de saúde mais populares oferecem consultas virtuais com um médico ou terapeuta, enquanto outras criam uma plataforma para o acompanhamento de sintomas individuais. Existe ainda um mercado muito ativo no desenvolvimento de novas aplicações e na utilização dos dados que estas geram para avaliar padrões mais amplos.
Uma carreira na área dos cuidados de saúde é adequada para si?
Não existe uma função única de ciência de dados no sector dos cuidados de saúde. Organizações que vão desde hospitais a seguradoras, empresas de biotecnologia e investigadores farmacêuticos estão a contratar cientistas de dados. Algumas destas funções serão bastante exigentes, desenvolvendo novos modelos para criar novas ferramentas de investigação médica ou criar novas soluções de cuidados de saúde. No entanto, esta é uma carreira muito gratificante para os cientistas de dados que querem salvar vidas. Poderá não ver o seu impacto tão diretamente como os médicos e os enfermeiros, mas saberá que está a ajudar a criar melhores tratamentos e a melhorar a qualidade de vida dos doentes. Para algumas pessoas, este tipo de impacto pode criar demasiada pressão stressante. Mas para outras, pode ser a equação perfeita para uma carreira significativa em Ciência de Dados.
Atualmente, apenas uma pequena percentagem de cientistas de dados trabalha nos sectores da saúde e hospitalar. Mas há muito espaço para expansão neste domínio. Especialmente para os cientistas de dados que se interessam pela medicina e querem contribuir diretamente para o bem-estar de outras pessoas, as carreiras na área da saúde podem ser uma escolha gratificante.
